domingo, 15 de fevereiro de 2009

Santo de casa não faz milagre !

É com grande prazer que inauguro nesse espaço, expondo minhas impressões (se é que tenho essa capacidade) acerca de um dos mais importantes clássicos do futebol brasileiro: São Paulo e Corinthians.

O jogo deste domingo (15/02/09) tinha tudo para figurar como mais um grande embate entre as duas equipes paulistas... e assim o foi, muito embora o que se registrou no primeiro tempo foi um verdadeiro show de horror, regado a uma confusa arbitragem e com destaque especial para o atacante são paulino André Lima que estava visivelmente abalado pela responsabilidade de tocar na bola em um jogo de tamanha importância (imagina esse sujeito em uma daquelas grandes finais de Paulistão, como foi a de 1991 entre esses mesmos times !)

Diferentemente, atuação que merece destaque no jogo do Morumbi vem do banco de reservas do São Paulo Futebol Clube. O técnico Muricy Ramalho, afora seu indiscutível e não eventual destempero emocional, dignos de um teatro mambembe, mais uma vez demonstra ser um dos mais lúcidos profissionais da área em atividade no país. Com seus reservas, ele estudou o time do corinthians durante todo o primeiro tempo e trocou as peças certas no início do segundo tempo, sendo uma delas (Borges) autor do gol.
Contudo, o recado que gostaria de imprimir nesse post é para a equipe da Marginal sem número. Sim, o timão (volante do navio. Símbolo do clube) de tantas glórias e craques parece ainda, o que é natural, sentir os efeitos da segunda divisão.
Muito embora tenha acabado de voltar à elite do futebol nacional, os dirigentes do clube esbanjaram empolgação, baseados na (bela) campanha da equipe na série B, inclusive contratando um jogador de peso (sem nenhum trocadilhos, juro!).
O fato é que, muito embora seja o segundo colocado na competição, a equipe alvinegra não apresenta um futebol nem próximo do razoável. Não há zaga, meio campo ou ataque...pior, não há técnico...Mano Menezes (ainda uma promessa de técnico) limitou-se a assistir ao desempenho de sua equipe e se contentou em reclamar da arbitragem, realizando uma substituição previsível...Lulinha (não mais uma promessa de atacante). Sobrou para Douglas (mais nova promessa no meio campo), mas o meia, embora perigoso, ainda precisa se recuperar da lesão, o que contribui para a carência na criatividade das jogadas no meio campo. Quem Salvou a tarde do time foi Boquita (Promessa da Promessa) com um passe salvador para o gol de André Santos (outro que já não promete mais nada).
Parece que fizeram promessas em demasia para São Jorge. Só que como diz o populacho "promessa é dívida" e de dívida eles entendem. Talvez o santo se canse e promova ele mesmo um verdadeiro Fenômeno em seu parque...Talvez ! É o que veremos !

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

O DESPERTAR DE UMA ILUSÃO



Assistindo ao jogo de ontem, entre SPFC X Ponte Preta, pus-me a analisar a conduta de Muricy Ramalho.

Sua arrogância e teimosia, pode ser que decorram de uma insegurança muito grande ou, quem sabe, pelo medo de se descobrir, um completo incompetente.

Pode levar algum tempo, talvez, um tempo que nunca chegará.

E não é exclusividade do Muricy, viver sob um paradigma, mas agir sob outro; acreditar piamente que você é, quando na realidade, não o é.

A constatação pode vir com uma rasteira da vida, um tapa na cara de alguém ou, naturalmente com o amadurecimento.

Porém, a constatação pode não vir e, infelizmente, mesmo com uma rasteira da vida, um tapa na cara de alguém ou através de um amadurecimento que jamais se materializou.

E quando ela vem, chega repleta de dor, negação e arrependimento.

Então, será que pelo medo de sentimentos tão funestos, nós nos colocamos sempre a correr de um despertar?

Mas, será que a fuga não nos afunda ainda mais, para quando o possível ou inevitável encontro datar?

Não posso julgar o Muricy – sou tão humano quanto ele.

No entanto, nessa minha e também nossa introspecção, posso desejar que tenhamos humildade e força para destruirmos toda ilusão que nos leva a dores tão agudas, quando despertadas do pesadelo de uma vida de mentiras.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A POLÊMICA DOS INGRESSOS

Afinal, de quem é o Morumbi?


Ainda ontem tentei publicar um post a respeito da celeuma envolvendo a carga de ingressos destinada ao Corinthians no clássico diante do SPFC, no domingo.

O tempo expirou e perdi meu post. Mas ainda bem que perdi.

Buscando encontrar forças para escrever um novo post, me deparei com o ótimo texo (como sempre) escrito por um dos melhores jornalistas esportivo do Brasil, o PVC.

Tenho que admitir que o texto perdido não abordava exatamente o foco atingido pelo PVC, porém, ao lê-lo, curvei-me diante de sua incontestável pertinência.


O texto:

Os 12 milhões de reais que justificam os 10% dos ingressos
Por que o São Paulo decidiu oferecer apenas 10% dos ingressos ao Corinthians e nos clássicos a partir de 2009? A lógica é comercial e absolutamente justa. Há três semanas, a coluna que escrevo na Folha de S. Paulo tocou nos números do Internacional. Enquanto o São Paulo luta para manter os 15 milhões de reais pagos pela LG pelo patrocínio de camisa, o Inter recebe apenas 4 milhões do Banrisul, mas consegue arrecadar 18 milhões de reais com seu projeto Sócio-Torcedor. São 77 mil torcedores que pagam 20 reais mensais. A cobrança era que o São Paulo tivesse um projeto semelhante, que ampliasse a arrecadação e permitisse ao menos sonhar em manter mais jogadores no futebol brasileiro.Pois o Tricolor vendeu setores do anel térreo do Morumbi para três parceiros. A Volkswagen, os laboratórios Aché e a Espaço Único, empresa de Marcelo Neves, filho de Gilmar dos Santos Neves. Esses parceiros, o setor Visa - criado no antigo setor azul das arquibancadas - e os sócios-torcedores colocarão nos cofres do São Paulo 12 milhões de reais neste ano. Então, é tempo de esquecer o período em que os clubes mamavam do estado e dos estádios construídos com dinheiro público. Quem consegue fazer dinheiro com estádio está à frente dos rivais. Cruzeiro e Atlético, com pouco dinheiro de patrocínio por estarem fora do eixo Rio-São Paulo, e sem a mesma facilidade para fazer projetos como sócio-torcedor, por dependerem dos estádios públicos, correm o risco de ficar para trás. O Inter faz 18 milhões de reais com o projeto sócio-torcedor e 4 milhões de patrocínio. O Palmeiras faz 15 milhões de reais de patrocínio e zero de sócio-torcedor. O São Paulo fará 15 milhões de patrocínio e 12 milhões com ações em seu estádio. São 27 milhões de reais, o passo inicial para tentar manter mais jogadores no Brasil. Na hora do clássico, não é justo que o São Paulo precise dizer a seus parceiros que não há espaço para eles, porque precisa dividir o estádio de maneira igualitária. O justo é fazer o dinheiro que precisa com o estádio que lhe pertence.



domingo, 8 de fevereiro de 2009

Voando Baixo


Em jogo que valeria a liderança do Paulista, o Palmeiras voou baixo e pra cima do Santos. É certo também, que o Santos nem de longe aparentava ser o bom Santos, digno de ser clássico. Em alguns momentos até esboçou uma reação e têm um Ás na manga chamado Kleber Pereira, mas não foi funilaria suficiente pra passar imune ao jovem e promissor ataque do Palmeiras.
Keirrison, Cleiton Xavier, Pierre, Bruno, Capixaba, Edmilson, quase todo o time jogou bem. Embora Diego Souza destoe ao demonstrar menos vontade que o restante do time, o Palmeiras nem se deu conta que era um clássico e no primeiro tempo poderia ter saído com um placar ainda maior a seu favor.
Armero também me surpreendeu, colocando o Leandro no chinelo, assim como Keirrison faz com que lembremos já com desgosto da falta de apetite de Alex Mineiro, embora este marcasse tb. Edmilson mostrou diversas vezes experiência, segurando o jogo e nao deixando de ter o jogo na mão do Palmeiras. E fica ainda meu otimismo pra Libertadores, com a chegada ao elenco de Marquinhos (grandes voos) e também com a possível chegada de alguns outros nomes. Vamos esperar...

domingo, 1 de fevereiro de 2009

TAÇA, PIPOCA, MANTEIGA E AMIANTO














Afinal, o que o choro representa?

Espetacular a final do Aberto da Austrália.

Épica, emocionante e cheia de variantes, como toda decisão entre estes dois. Com certeza, uma das maiores rivalidades da história do tênis.
Mas eis que ao final do jogo, Federer, com toda sua elegância, técnica e frieza, no discurso da premiação, não contém as lágrimas...
Logo ele, que por tantas vezes sagrou-se campeão por seu raciocínio rápido e calculista.
Logo ele, que nunca se deixa abalar por um ponto perdido, tampouco por um erro da arbitragem.
Definitivamente, Nadal é seu carrasco.
Contra ele, Federer erra pontos bobos, reclama das marcações, não ganha pontos cruciais. Ironicamente, o avesso do que faz ser o tênis de Roger Federer, especial.
Antes de tudo, não posso ser leviano, não é Federer que rebaixa sua bola.
Eu sei que não conviveram no mundo na mesma época, sei também que o Nadal nunca ouviu falar dele, mas, se Lupcínio Rodrigues estivesse vivo hoje, certamente teria uma inspiração maior - que resultaria na composição, "Nervos de Amianto", rs.
É impressionante a confiança deste Espanhol - algo inabalável, intangível e, somando-se ao vigor físico primoroso que possui, fica difícil derrotá-lo.
Federer buscava seu 14º título de Grand Slam, um recorde só alcançado por Pete Sampras.
Nadal buscava um título inédito, além da ratificação da posição de número 1 do mundo.
Rafael, o campeão, caiu no chão, sorriu e vibrou.
Roger, o vice, não terminou o discurso, segurou, mas não conseguiu, se derreteu em lágrimas.
Mas o que será que representa estas lágrimas? Frustação, hombridade, raiva, decepção, fraqueza, impotência, incompetência...não sei ao certo.
Há ocasiões e ocasiões, fatos e fatos, podendo a situação, absorver quaisquer contornos dos elencados acima.
Voltando no tempo, me recordo da quantidade de atletas da delegação brasileira que choraram em Pequim - na grande maioria das vezes, em decorrência de derrotas - reflexo, talvez, de um misto de sentimento de inferioridade e fraqueza. Porém, lembro de outros que, mesmo com uma derrota vexatória e inesperada, não choraram, mas não por serem fortes ou auto-suficientes, mas sim, por falta de comprometimento.
Ainda voltando no tempo, mas um pouco menos, lembro do choro de Felipe Massa na entrevista coletiva da vitória mais triste de um brasileiro em Interlagos. O título escapou, literalmente, na última curva.
Massa tinha argumentos para criticar sua equipe e companheiro e, ainda, para menosprezar Hamilton.
Porém, numa atitude (se assim podemos chamar) de campeão, chorando, exaltou sua equipe, companheiro e o campeão mundial, numa clara demonstração de esportividade, mesmo em um momento tão agudo, demonstrando uma hombridade para poucos.
Certo é, que os seres-humanos, mesmo sendo tão iguais, reagem e agem de forma diferente aos estímulos externos que as situações da vida impõem a nós.
"Somos todos iguais, todos iguais, mas uns mais iguais que os outros".
Roger Federer chorou ao perder pra Nadal, na minha opinião, não por ter perdido o título em si, mas, talvez, por ter perdido a esperança de ganhar de seu principal rival. Foi o choro da incompetência, mesmo que com toda a classe do suiço bem-educado.
No frigir dos ovos, pelo menos no tênis, Taça combina com Amianto e, Manteiga, com Pipoca!!!!
Abs!
Ps.: Pensando bem, uma pipoquinha com manteiga também combina muito na culinária!!